segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Os 20 primeiros e os 20 próximos

Entre os discos de divas da MPB e uma tempestade, meus vinte primeiros suicídios suicidaram mais que vinte personagens. Um exercício de escrita que nasceu da mistura do meu interesse pela abreviação voluntária da vida e um show da Maria Bethânia. Por isso a adolescente do primeiro breve conto, se mata por um amor vivido nas canções. Porque o amor é coisa séria. Mais séria do que deveria. Um sentimento que poucos conseguem viver sem perder as asas. Sem transformá-lo num pacto de prisioneiros disfarçado de oceano. E é nesse sufocamento, dos limites do corpo, do mundo e da vida, que minhas personagens caminham até a escuridão definitiva, ou não. De trás de motivos aparentes, e em outros nem tanto, o suicídio é o caminho irrevogável desses atores que dão um pedaço de vida e enchem de cheiro de morte esse projeto que junta duas linguagens. No processo de criação, o texto vem primeiro. A imagem fotográfica em seguida como ilustração inexata, mas não equivocada ou desassociada; feitas nesses vinte primeiros breve contos, pelo Edson Feitosa.
O narrador do primeiro quinto dos 100, esteve sempre na terceira pessoa, dando voz a alguns pensamentos e algumas falas diretas, que às vezes se misturam com a própria voz narrativa, mas nunca foi ela de fato. Por vezes, nem ele mesmo sabia a causa das mortes. E talvez nunca saberá. 










Os próximos vinte suicídios serão escritos na primeira pessoa. Falarão para si. Não têm a intenção de emitir recados para o mundo ou de serem coerentes consigo e o externo. Do XXI ao XL não há preocupação ou necessidade de apresentar um corpo. Meu interesse é a caixa pensante dentro do labirinto. Dentro da perdição da vida e o passo para a morte.

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Ao revisor desses, eu digo que você foi Muito amável revisando, conversando e lendo. Obrigado!